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Organize sua Equipe E-Sport (Contratos no E-Sport)

Atualizado: 19 de set. de 2022


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Você tem dúvidas de como estruturar seu time de E-sports?


Neste artigo, iremos esclarecer os mais relevantes aspectos para a formação e organização de uma equipe de E-sport. Vamos lá!


Organizar uma equipe pode não ser tão simples quanto parece, as decisões tomadas hoje serão fundamentais e refletirão no bom desenvolvimento futuro do seu negócio, portanto, fiquem atentos nas dicas abaixo.


Conforme apresentado no artigo A importância da Profissionalização da Organização de E-Sport, a equipe de E-sport deve ser constituída como empresa, para poder cumprir com todos os atos legais que regem sobre sua atuação no mercado.


Com a constituição da empresa sua equipe de E-Sport estará apta a fazer contratações de colaboradores (Staff, jogadores, Coach e etc), essas contratações são feitas por meio do contrato de trabalho, que deverá observar a real necessidade da equipe com relação aos seus empregados.


Contrato de Trabalho no E-sport (Gamer)


Vale lembrar que existe distinção entre o contrato de trabalho do Staff (funcionários) para os Pró-Players (jogadores profissionais), portanto, é obrigação da organização fazer esta diferenciação e respeitar as imposições legislativas de cada contrato.


Mas como fazer isso?


No contrato de trabalho do Pro-Player deverá conter:


1. Prazo do Contrato (Mínimo de 3 meses - Máximo de 5 anos)

2. Remuneração (Valor a ser pago ao atleta)

3. Acordo de Confidencialidade

4. Previsão de Férias

5. Especificação de Local e Tempo de Trabalho

6. Cláusula Indenizatória e Compensatória (Multa por quebra do contrato)

7. Cláusula de Exclusividade

8. Cláusula de Repasse das Premiações

9. Cláusula de Resolução de Conflitos (Arbitragem e mediação).


É muito comum que as organizadoras de E-sport, ao estipularem as cláusulas no contrato trabalhista do Pro-Player, cometam abusos de direito que, posteriormente, viram Reclamatórias Trabalhistas e geram indenizações contra a equipe.


A formação do contrato de trabalho no E-Sports deve ser minuciosa, de preferência feita sob a supervisão de um advogado especializado, que atuará para proteger os interesses da organização/equipe e prevenir danos no futuro.


Cláusulas como o acordo de confidencialidade, especificação de tempo e local de trabalho, indenizatória e compensatória e de exclusividade, precisam ser perfeitamente elaboradas e formadas de acordo com a necessidade de cada time.


A cláusula que específica o tempo e o local de trabalho, por exemplo, deverá analisar onde a prestação de serviço será exercida, se será em uma gaming house ou gaming office, ter previsões de participação em campeonatos, previsão mínima diária de horas, entre outras disposições obrigatórias.

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No caso da gaming house – casa de jogos que abriga os integrantes da equipe –, como haverá convivência entre os colaboradores é imprescindível a previsão contratual de cláusulas que garantam o bom convívio mútuo, bem como, prever medidas de resolução de conflitos (Manual de Ética ou Conduta).


Contrato de Cessão de Direitos de Imagem e de Arena


O Pro-player possui os direitos sobre sua imagem, portanto, cabe a organização estruturar e propor a melhor forma de remunerá-lo pela cessão dos direitos de imagem.


A Lei Pelé trata do tema no artigo 87-A e diz que:


“o direito ao uso da imagem do atleta pode ser por ele cedido ou explorado, mediante ajuste contratual de natureza civil e com fixação de direitos, deveres e condições inconfundíveis com o contrato especial de trabalho desportivo”.

O parágrafo único do mesmo artigo determina que quando houver, por parte do atleta, a cessão de direitos ao uso de sua imagem para a entidade desportiva com a qual tem vínculo trabalhista, o valor correspondente não poderá ultrapassar 40% da remuneração total paga ao atleta, composta pela soma do salário e dos valores pagos pelo direito ao uso da imagem.


A remuneração do atleta pela cessão dos direitos de imagem pode ser remunerada direta e indiretamente, a remuneração é direta quando a organização prevê valor específico para poder usufruir da imagem do atleta e, indireta quando depende de terceiros, como é o caso das plataformas de streamer e empresas que transmitem eventos.


O contrato de cessão de direitos de imagem é imprescindível para salvaguardar os interesses de ambos, organização e pro-player, e tem o condão de evitar embate jurídicos altamente prejudiciais.


A exceção à regra é o direito de arena, que é o direito de uso da imagem do atleta em competições, este direito pertence à organização E-Sport, que poderá negociar as transmissões em competições como bem entender.


Contudo, a organização deve repassar 5% do valor recebido pelos direitos de arena ao sindicato, que repassará aos participantes da competição, conforme previsto no Art. 42 da Lei Pelé, Parágrafo primeiro.


A principal diferença entre direito de imagem e direito de arena diz respeito à sua titularidade: enquanto o direito de imagem é personalíssimo e negociado pelo atleta, o direito de arena pertence ao clube que negocia livremente a transmissão do espetáculo.


Contrato de Prestação de Serviço de Live Streaming


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As organizações podem firmar contrato de Prestação de Serviço Live Streaming com seus jogadores ou com influencers (embaixadores), prevendo a atuação do streamer em prol da divulgação e popularidade da equipe nas redes de streaming como Twitch, YouTube, Facebook e outros.


Assim como os demais contratos que versam sobre a realidade de uma equipe E-sport, o contrato de prestação de serviço deve conter todos os parâmetros necessários a fim de evitar complicações futuras.


Entre os principais cláusulas o contrato de prestação de serviço de streaming deve conter a remuneração, horário e quantidade de tempo a ser transmitido, formato da transmissão (layout), previsão de divulgação de campanhas ou produtos e as exigências mínimas do meio (hardware e conexão) pelo qual será feita a transmissão.


IMPORTANTE: Se o contrato for realizado com o player empregado, não deve ultrapassar a jornada de trabalho de 44 horas semanais, incluindo as horas dedicadas aos campeonatos e aos treinamentos, o que exceder será considerado horas extras, a não ser que o pro-player faça por conta própria.


Contrate alguém para Registrar a marca da equipe / organização


Registrar a marca da sua equipe deve ser um dos primeiros passos a ser realizado, uma vez que, a falta de registro pode implicar em inúmeras complicações, por isto, você deve contratar uma empresa capacitada para garantir o registro da sua marca no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).


O registro da marca garante todos os direitos sobre aquela imagem e/ou nome escolhido para representar seu projeto, garante a legalidade registral e evita que terceiros a utilizem indevidamente ou que maliciosamente registrem antes que você.


No Brasil, vigora o princípio da anterioridade do registro, isto é, quem pedir o registro primeiro ao INPI terá prioridade no processo, em razão disto, indica-se que, assim que definida a marca já seja protocolado o pedido.


Além disso, a marca agrega valor econômico ao seu negócio, e pode ser comercializada ou cedida, como é o caso do Thiago Nigro “Primo Rico” que vendeu sua marca para a XP Investimentos e do Alexandre “Gaules” que fez parceria com a Omelete.


Definitivamente, registrar a marca da organização ou time E-Sport deve ser o primeiro passo do seu negócio, portanto, não deixe para depois.


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Somos a @youconsultdigital, a Consultoria Digital destinada a descomplicar e solucionar as dúvidas e problemas das pessoas que se profissionalizam no meio digital.


Nossa atuação está intimamente ligada a área do Direito Gamer (E-Sports), Direito dos Influencers e a regulamentação de Marcas e Patentes, conte com nossos serviços e agregue valor ao seu negócio, evite dores de cabeça e economize tempo e dinheiro.


Contamos com uma equipe eficiente que poderá auxiliá-lo(a) na formação e desenvolvimento da sua empresa, e também com uma equipe jurídica qualificada que irá adotar as melhores medidas para manter sua organização livre de complicações. CLIQUE E FALE CONOSCO.

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